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Um filho nada planeado

* Por Ana Rute Cavaco
Este texto faz parte da série de Advento 2020

“E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.” – Mateus 1.21

“Qual o tempo ideal para um casal ter filhos? Dois anos? Qual é o tempo certo?” – essa é uma pergunta muito feita por jovens casais, no seu planeamento para o futuro. Maria e José são a resposta que todos precisamos: não há tempo ideal. Estes jovens, comprometidos em noivado, ainda não estavam casados quando o anjo anuncia a Maria a sua gravidez. Sabemos que nesses tempos não existia o namoro que hoje conhecemos e que desfazer um noivado era idêntico a um divórcio. Mas um facto é certo: Maria e José não se conheciam enquanto família. Não viviam na mesma casa, não tinham intimidade, não tinham passado por período nenhum de adaptação. A rigor, segundo os nossos parâmetros modernos, se havia casal que não estaria preparado a nível nenhum para receber um bebé, era este. E ainda assim, é este improvável casal que Deus escolhe para acolher Jesus.

Jesus. O bebé Jesus. Como conter o espanto e o escândalo que é imaginar o Criador do Universo, a voz que se ouviu em Génesis 1 a dizer: “Haja luz”, essa mesma voz a ser encarnada num bebé? A voz que tudo fez, que comandou a ordem no mundo, iria aprender a falar, a correr, iria ser amamentado, cuidado, protegido, exposto, iria ser educado por este casal. Este paradoxo de humildade, o Messias prometido, que ninguém imaginava que surgiria em forma de um bebé, chegou em Belém há dois mil anos.

É neste bebé que nos focamos no Natal, lembrando que foi o homem Deus que nos salvou. Foi através da sua vida, morte e ressurreição que ele foi declarado Filho de Deus, como podemos ler em Romanos 1.3-4. Na verdade, ele tomou a forma de servo e ofereceu-se como resgate por muitos. Em Isaías 57.15 diz que Deus habita num lugar alto e santo, mas também com os abatidos e com os contritos. Na encarnação, o filho exaltado assumiu a forma de um servo humilde e morreu como um criminoso. Portanto, Deus Pai o exaltou ao lugar mais alto e deu-lhe o nome acima de todo o nome (Filipenses 2.5-11).

Então, hoje na nossa ceia de Natal, ao lembrarmos o bebé Jesus, lembremo-nos que este bebé é o nosso Deus Todo Poderoso, o nome sobre todo o nome, aquele que governa e sustém o Mundo e tudo o que nele há. Ao nos lembrarmos deste bebé que cresceu e cumpriu o plano salvífico, façamos como José e Maria: dispostos a dedicar as suas vidas para um plano fora do plano. Façamos também como aqueles que naquela noite receberam as boas notícias: dobremos os nossos joelhos com reverência, espanto, alegria e adoração: Jesus nasceu! Jesus morreu! Jesus está vivo!

Discípulas de Jesus de diferentes denominações da fé protestante com o propósito comum de viver para a glória de Deus.
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