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Jesus, o pão da vida

*Por Marília Werner

João 6

Todos nós temos uma fome espiritual, um impulso de viver com propósito, de encontrar sentido no que fazemos, de viver plenamente e não somente acordar pensando no final do dia. Esse sentimento existente no nosso íntimo, a busca por algo mais, é descrito por C. S. Lewis em seu livro Cristianismo Puro e Simples:

“As criaturas não nascem com desejos que não podem ser satisfeitos. […] Se descubro em mim um desejo que nenhuma experiência deste mundo pode satisfazer, a explicação mais provável é que fui criado para um outro mundo.”

Por sermos feitos para a eternidade (Eclesiastes 3.11), nada aqui e agora vai nos satisfazer completamente, nada vai nos tornar realmente felizes e inteiramente realizadas. Tudo o que buscarmos com esse propósito, que esteja à parte de Deus, será insuficiente, incompleto.

É em Jesus Cristo, o Pão da vida (João 6.35), que somos verdadeiramente alimentadas e encontramos real satisfação. Jesus sacia a fome espiritual que existe em nosso ser, que nos faz procurar em tantos lugares, em tantas atividades, em tantos papeis, em tantas direções e nunca é o bastante. Ele é o pão que nos nutre verdadeiramente e que não apenas mata a nossa fome aqui e agora, mas nos sacia para todo o sempre.

Cristo é a refeição completa. Não é necessário o Pão e mais um complemento. Não é necessário Jesus mais um melhor desempenho; Jesus mais uma melhora de caráter; Jesus mais controle de temperamento; Jesus mais ter a espiritualidade em dia; Jesus mais uma lista interminável de resoluções; Jesus mais boas obras.

Enquanto não compreendermos verdadeiramente o que Jesus é e o que fez por nós, viveremos esfomeados, catando as migalhas do mundo, ou obesos, enchendo-nos excessivamente daquilo que parece satisfazer, mas não sacia.

E Jesus é Deus Filho, o nosso Redentor, quem faz novas todas as coisas, por meio de quem somos reconectadas com o nosso Criador; livrando-nos de um destino de condenação no porvir, ao pagar nossa dívida para com Deus; libertando-nos do senhorio do pecado aqui e agora; demonstrando seu grande poder sobre tudo e sobre todos ao vencer a morte, ressuscitando ao terceiro dia.

Apropriando-nos pessoalmente de Cristo, Seu espírito passa a habitar em nós e, a partir de então, Sua obra floresce em nosso interior reverberando ao nosso redor, por Seu agir terno, radical e profundo.

A pergunta que pode surgir após depararmos com essas verdades maravilhosas não deve ser “o que preciso fazer para ter essa vida?”, mas sim “como me apropriar de tudo o que já foi conquistado por Cristo?” E o próprio Jesus oferece a resposta: “A obra de Deus é esta: crer naquele que ele enviou” (João 6.29).

Jesus, o Pão de Deus, está disponível para nós hoje por pura graça divina, permeada de um amor imutável e incondicional. É do Pão esmagado e oferecido a nós (Isaías 53.5) que precisamos nos fartar.

Não apenas conhecê-lo intelectualmente ou meramente admirá-lo, mas ir além, deleitando-se em um relacionamento íntimo e transformador que o próprio Cristo possibilita para nós.

É experimentar esse Pão e escolher comê-lo diariamente, continuamente, a fim de sermos transformadas não apenas em pessoas melhores, mas em pessoas vivas, realmente vivas! Afinal, “vida real é vida dirigida a Deus” (Paul Tournier, no livro Culpa e Graça).

Ao esvaziar-nos da ilusória capacidade e justiça própria e crer na suficiência da obra de Jesus, experimentamos algo precioso descrito por Eugene Peterson: “A história de Jesus não termina em Jesus. Continua na vida daqueles que creem nele”.

Com fé na vida, morte e ressurreição de Cristo, uma porta de deleite, leveza e graça se abre para nós, sobrepujando uma vida de aparências, cobranças, inquietudes e misérias.

Em Cristo, nos satisfazemos.
Em Cristo, somos genuinamente saciadas.

“Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede” (Jesus em João 6.35).

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PERGUNTA PARA REFLEXÃO

Onde você tem buscado saciar a sua fome espiritual? Você se encontra satisfeita? Por quê? Como suas respostas se relacionam com as afirmações de Jesus em João 6. 35?

Jesus nos propicia um caminho leve, simples, profundo e radical. Como podemos trilhar esse caminho? De que forma a sua resposta se relaciona com João 6.29 e 40? Você percebe a graça, o favor imerecido e gratuito, de Deus em sua vida?

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Marília Werner, Brasil

Obs.: Texto escrito em português do Brasil. Esta plataforma não obedece ao Novo Acordo Ortográfico e respeitas as regionalidades da Língua Portuguesa de acordo com a origem de suas autoras.

Discípulas de Jesus de diferentes denominações da fé protestante com o propósito comum de viver para a glória de Deus.
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