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Jesus é a porta de entrada

*Por Ana Rute Cavaco

João 10: 1-18 e 27-30

Ovelhas e pastor. Uma realidade tão pouco comum nos dias de hoje, mas tão presente na época de Jesus. No antigo Israel, era um meio de subsistência e é com a vida da época que Jesus escolhe falar a quem o ouve. Hoje, a Bíblia pode parecer-nos difícil de compreender ou distante no tempo, mas precisamos prestar um pouco mais de atenção para ver a forma simples e esclarecedora como Jesus deseja se apresentar para conseguirmos transportar estas ilustrações para a vida de hoje.

Nesta época, era habitual numa determinada localidade, existir um grande curral comunitário, e no final do dia os pastores trazerem o seu rebanho para passar a noite, pagando a este proprietário a guarida das suas ovelhas. Pela manhã, quando a porta era aberta pelo responsável pelo cuidado do curral, os pastores chegavam e chamavam as ovelhas que lhes pertenciam, de forma a levar consigo cada uma sem esquecer nenhuma. Um bom pastor da época estava tão ligado ao cuidado das suas ovelhas que, quando as chamava, elas o seguiam porque conheciam a sua voz.

Jesus usa esta ilustração em particular para falar do seu relacionamento com todos aqueles que o seu Pai lhe dá para cuidar. Aprendemos, assim, que Jesus sendo o bom pastor, conhece o cristão e o cristão reconhece a sua voz e o segue. Esse reconhecimento de ambos é fundamental neste relacionamento. Por último, o porteiro deste curral nesta ilustração é Deus Pai, que abre a porta do Céu para que – com o pastor – as ovelhas sejam encaminhadas em segurança.

Jesus continua a sua ilustração, explicando que ele mesmo é a porta do curral. “Eu sou a porta”. Ele não só é o nosso bom pastor que nos conduz em segurança ao aprisco, ele é a porta que nos dá acesso a esse lugar. Aqueles que vão até ele, podem ter garantia de vida e de provisão. Ele é o único que pode trazer a esta vida segura, por isso nos versículos 8 a 10 ele alerta acerca daqueles que prometem estas coisas, mas nada mais são ladrões que procuram lucrar com as ovelhas, e que no fim das contas só as prejudicam.

Jesus continuou: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas, o mercenário, e o que que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas e foge; e o lobo as arrebata e dispersa. Ora, o mercenário foge porque é mercenário e não tem cuidado das ovelhas. Eu sou o bom pastor, e conheço as minhas ovelhas e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas” (vs. 11–15).

Aqui, Jesus faz um novo contraste, com o mercenário. Era comum também neste tempo, contratar-se alguém para ajudar no cuidado das ovelhas. Mas visto que estes contratados não eram realmente o pastor, mas alguém pago para o substituir, o cuidado que o rebanho recebia não era igual. Jesus destaca que o que distingue o bom pastor do mercenário é a sua atitude em situações de perigo.

Quando o pastor vê o lobo, fica na frente com a sua vara, a impedir o ataque ao rebanho, ao contrário do mercenário que abandona o rebanho e foge. O pastor, se necessário, arrisca e dá a sua vida para salvar o rebanho.

Concluindo este discurso, Jesus deixa bem claro que ele dá a sua vida de livre vontade, por amor das suas ovelhas. A morte de Cristo não foi um fim inevitável, nem fruto dos acontecimentos. Ninguém tirou a vida do Senhor Jesus, ele deu-a de livre vontade! Esta é a mensagem central da Páscoa: o nosso bom Pastor, aquele que é a porta de entrada no Céu, entregou-se voluntariamente no nosso lugar para termos acesso a uma vida eterna. Jesus é bem claro no versículo 28: “E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão-de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão”.

Com Jesus, estamos seguros e protegidos. Ele assegurou um lugar para todos aqueles que vão até ele e se entregam aos seus cuidados. Ele é o bom pastor que cuida de nós, ele é a única porta que nos leva ao aprisco seguro junto a Deus. Vais ficar à porta, ou vais entrar?

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PERGUNTA PARA REFLEXÃO

Jesus disse que ninguém pode arrancar as ovelhas das suas mãos. Estamos seguros, não porque está em nós o poder de permanecermos junto a Jesus, mas porque quando vamos até Jesus, ele garante que estamos seguros. Esta promessa é a mensagem central da Páscoa, e um conforto para quem duvida de si mesmo. A promessa de vida eterna só poderia ser feita por Deus. Jesus é Deus. Já reconheceste isso?

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Ana Rute Cavaco, Portugal

Obs.: Texto escrito em português de Portugal. Esta plataforma não obedece ao Novo Acordo Ortográfico e respeitas as regionalidades da Língua Portuguesa de acordo com a origem de suas autoras.

Escrito por -

Ana Rute é casada há 18 anos com o Tiago (pastor presidente da Igreja da Lapa, em Lisboa), mãe da Maria (16 anos), Marta (13 anos), Joaquim (12 anos) e do Caleb (10 anos). Tem 43 anos, nasceu e cresceu em Lisboa, Portugal. Mora nos arredores, em Oeiras, junto ao mar.

Discípulas de Jesus de diferentes denominações da fé protestante com o propósito comum de viver para a glória de Deus.
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