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A tragédia da Bíblia e da mente empoeiradas

O artigo abaixo foi enviado ao nosso e-mail e reflete um incômodo cada vez mais generalizado entre os cristãos evangélicos: a superficialidade do seu conhecimento de Deus. Por que a Benditas é uma plataforma que se comunica majoritariamente com mulheres, as reflexões, em geral, propõem-se às particularidades do universo feminino dentro das perspectivas próprias de cada autora. Desse modo, o seguinte texto tem uma preocupação especial com os desafios das mulheres cristãs. Porém, o que é dito nestes parágrafos introdutórios e também no texto em destaque pode ser aplicado de maneira geral a todo público que se diz evangélico, homem ou mulher, não só porque a situação é similar, mas porque se há verdade, então essa é uma verdade de Deus para todos.
O título do artigo, apesar de não ser o original da autora, demonstra a força motriz por trás desse clamor por uma fé madura: a tragédia da Bíblia e da mente empoeiradas tem sido a fonte de padecimento do povo, e aqui podemos dizer especialmente da nação brasileira, que ora é cativa de charlatões da fé, ora é cativa de mestres do secularismo.
De fato, a iniciativa do Benditas nasceu, há dois anos recém completados, exatamente por um cansaço acumulado da superficialidade daqueles que tentavam comunicar sobre a fé cristã com o público feminino em português. É gratificante perceber que tal incômodo tem se espalhado e servido para refinar o amor de “todo coração, de toda alma e de todo entendimento” ao Senhor, não só no Brasil, mas em Portugal, Moçambique e outros países de fala lusitana.
Fique agora com a leitura do artigo de Waleska Oliveira e saiba mais sobre ela ao final do texto.
Com esperança,
Cecilia J. D. Reggiani
Editora do Benditas

Nossa mente pode mergulhar em profundo conhecimento do nosso Deus. Pode aventurar-se nas dúvidas escondidas na memória, e com graça e coragem conhecer o que simplesmente está à nossa frente, possivelmente não muito empoeirado, pois temos a idolatria suficiente para cuidar bem de um livro sagrado, mas, talvez, não a sinceridade necessária para reconhecer que a Bíblia às vezes se torna apenas mais um artefato de decoração em nossa casa ou mais um volume na biblioteca particular.
Somos donas de casa, trabalhamos fora do lar, somos mães e filhas. Temos o prazer e compromisso de fazermos tais tarefas com a limitada força de nossas mãos. Há grande graça na rotina dos afazeres que desempenhamos, pois tudo é para glória de nosso Deus e cuidado do nosso bem precioso, a família. Quando analisamos nossa rotina e vida apressadas, porém, talvez não sobre espaço para leituras vorazes e um conhecimento profundo da teologia. Estudar a Bíblia Sagrada, com toda sua análise exegética e hermenêutica, desbravando a teologia, não é privilégio apenas para homens, mas um dever negligenciado pela grande maioria de nós, mulheres. Como podemos então agir segundo a vontade de nosso Deus, se não estudarmos a sua Palavra? Como aprender a lidar com as dificuldades de glorificar a Deus quando os dias são maus se não conhecemos nosso Senhor?
A Bíblia é a revelação dada pelo próprio Deus à humanidade, para que possamos conhecê-lo. Ganhamos espaços e oportunidades até mesmo não imaginadas por nossas bisavós, mas quando realizada uma pesquisa simples na internet ou até mesmo em sua igreja local, somos o número esmagador em quantidade, mas a minoria quase que vergonhosa na discussão teológica. Não que necessitamos de livros e artigos publicados como demonstração que somos capazes. Este não é o ponto. Mas necessitamos estudar teologia, lendo mais a Bíblia e grandes obras para o conhecimento de Deus, perpetuando em nossos encontros um cristianismo bíblico cheio de amor, eloquência e piedade.

Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.
1Pedro 3.15

A necessidade de a mulher estudar a Bíblia não é preencher a lacuna de nomes femininos no hall teológico, mas em obedecer a Palavra de Deus. Necessitamos nos prontificar para as dúvidas, conflitos, questionamentos e as armadilhas das heresias que rodeia nossos filhos, esposo, familiares, amigos e igreja. O primeiro passo para estarmos prontas é deixarmos a preguiça e mergulharmos sem medo nos estudos sobre Deus. E a principal fonte de ferramenta é a Bíblia sagrada. O pastor e escritor A. W. Tozer escreve em sua obra clássica O Conhecimento do Santo que “o baixo conceito de Deus, algo praticamente universal entre os cristãos hoje, é a causa de uma centena de males menores que nos rodeia. Toda uma nova filosofia de vida cristã tomou forma a partir desse único engano básico em nosso pensamento religioso”.
Logo, a conscientização da necessidade imprescindível de conhecer a Deus é uma tarefa delegada a todos, homens e mulheres, que estão sob a égide do senhorio de Cristo, pois em Jesus não há “homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus” (Gálatas 3.28). Não deixemos que nós e nosso lar estejam vulneráveis às astucias do inimigo, em consequência ao nosso baixo conceito de Deus, causado pelo comodismo das rotinas, mas venhamos encher os corações de amor verdadeiro de Deus que provém de conhecê-lo.
 

Sobre a autora
Waleska Gaia Oliveira é casada com Felipe Rodrigo. É fonoaudióloga e congrega na Igreja Assembleia de Deus de Igaracy, no estado brasileiro da Paraíba.

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