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A Palavra tornou-se um homem

*Por Carol Bazzo

João 1:1-20

Existe um fato universal sobre todos nós, seres humanos – nós pensamos sobre Deus. Quer sejamos pobres ou ricos, intelectuais ou analfabetos, velhos ou crianças, religiosos ou ateus, em algum momento de nossas vidas já olhamos para o céu e nos fizemos perguntas sinceras sobre o que há por detrás das nuvens. Quem é Deus? Existe um Deus? Por que as coisas são como elas são? Há sentido em nossas vidas ordinárias?

Em toda a história da humanidade, povos e civilizações inteiras fizeram as mesmas indagações e a partir de suas respostas desenvolveram as mais diversas crenças. E embora hoje o mundo tenha que lidar com a imensa diversidade de religiões, permanece o fato que em todo coração reside um anseio, ou no mínimo, uma curiosidade sobre quem Deus é.

Se fosse possível resumir em uma frase a história do povo de Israel, registrado nas Escrituras, uma das opções poderia ser: Deus se revelou ao homem! Desde a história de Abraão, passando por Isaque, Jacó, Moisés e Davi, a Bíblia nos conta histórias de como Deus tomou a iniciativa de mostrar quem Ele é. E não é por isso que, frequentemente, chamamos a Bíblia de “Palavra de Deus”? É porque, embora as Escrituras reúnam diversos tipos de textos e histórias, no fim das contas, temos ali o registro de que Ele não está em silêncio.

Que precioso é para nós poder ter um livro que apresenta para nós, em alguma medida, quem Deus é. Não é uma demonstração de amor, misericórdia e graça o fato de Deus nos deixar um livro? Deus fala. Ele fala através da sua criação, falou aos patriarcas e aos profetas e nos deixou um livro. E como se não bastasse, Ele ainda nos falou através de seu filho. Se algum dia alguém teve dúvidas sobre quem Deus é, não precisa mais ter, pois Ele enviou seu filho, Jesus Cristo, ao mundo.

É assim que começa a narrativa do evangelho de João:

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito existiria”.*

O filho de Deus é chamado de Verbo, ou seja, Palavra. Antes que tudo fosse criado, Ele já existia e estava com Deus, e era Deus. Aqui vemos a divindade e glória de Jesus Cristo na eternidade. Talvez estejamos familiarizados com o Jesus das pinturas, das imagens esculpidas, como homem, sendo crucificado ou à mesa ceando com seus discípulos. Mas antes de olharmos para esse Jesus tão familiar a nós, precisamos contemplar o Jesus que já existia antes da fundação do mundo: o Filho de Deus que estava com Deus na criação do universo. Antes que eu, você e este mundo existissem, Ele estava lá. Isso nos fala do quanto Jesus é poderoso, excelso e superior.

Mas o apóstolo João continua: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”**. Embora estejamos em uma caminhada da Páscoa, precisamos, antes, entender o Natal. No Natal comemoramos a boa notícia de que Jesus nasceu e isso deve ser para nós motivo de muita alegria, pois significa que Deus não está distante de nós. Essa frase resume em poucas palavras o tesouro da fé cristã: Deus não somente usou anjos, histórias, livros, profetas e mediadores para falar conosco, Ele veio pessoalmente. A Palavra se tornou um de nós – Jesus nasceu. Deus poderia ter descido dos céus em toda a sua glória, poderia ter falado com voz de trovão com toda a humanidade de uma só vez, poderia ter enviado um exército de anjos proclamando sua palavra entre as nuvens, mas Ele preferiu enviar seu filho que chegou ao mundo como um bebê nascendo do ventre de uma mulher, em uma família simples.

E o que Deus está falando conosco através da encarnação de Cristo? Primeiro, como já vimos, que Ele é um Deus pessoal que não abandonou a humanidade e não está distante de nós. Mesmo sendo Deus (santo, puro, justo, excelente e sem maldade) Ele, de maneira misericordiosa, está à nossa procura mesmo quando não nos importamos com Ele. Em segundo lugar, por se tornar homem, temos um Deus que pode se compadecer de nós, que sabe o que passamos e por isso pode nos ajudar em nossa fraqueza. Quando paramos para observar a vida de Jesus vemos que, mesmo sendo Deus, ele também foi homem no sentido mais comum da palavra.

O relato dos evangelhos diz que Jesus chorou, se angustiou, sentiu fome, sede, se irou, foi tentado, ficou cansado. Não podemos nunca em nossas angústias olhar para Deus e dizer “Não sabes o que eu sinto! Não sabes o que é sofrimento!”. Ele sabe, ele viveu aqui. E é por isso que podemos orar com a certeza de que ele vai nos entender. Nós temos um Deus que pode ser nosso amigo. E por fim, o nascimento de Jesus nos fala que chegou a nossa provisão. Quando vemos Jesus, bebê, deitado numa manjedoura estamos vendo ali o cordeiro que Deus providenciou para nós – para nos salvar, nos redimir de nossos pecados, nos livrando de uma vida vazia e sem sentido.


PERGUNTAS PARA REFLEXÃO

João fala que “Ninguém jamais viu a Deus. O Deus unigênito, que está ao lado do Pai, foi quem o revelou” (Jo 1:18). Você já parou para pensar que Jesus é a revelação de Deus? Já contemplou a Cristo como Palavra e expressão de Deus?

Deus, apesar de ser supremo sobre tudo, é pessoal. Ele fala conosco, se comunica de uma forma que podemos entender e se revelou através da vinda de Seu Filho. Você já conversou com Deus como uma pessoa real? Já fez uma oração com fé que Ele lhe ouve, entende o que você fala e tem compaixão de seus pecados?


*João 1:1-3 (Bíblia Almeida Século 21).
**João 1:14 (Bíblia Almeida Século 21).


Carol Bazzo, 32 anos, SP – Brasil.

Obs.: Texto escrito em português do Brasil. Esta plataforma não obedece ao Novo Acordo Ortográfico e respeitas as regionalidades da Língua Portuguesa de acordo com a origem de suas autoras.

Discípulas de Jesus de diferentes denominações da fé protestante com o propósito comum de viver para a glória de Deus.
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