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Como (não) testemunhar nas redes sociais

Tenho refletido sobre como usar as redes sociais para glorificar a Deus há muito tempo e, acredite, o que você está prestes a ler está longe de ser uma conclusão final desse meu dilema.
Anos atrás, pouco antes de conhecer as doutrinas reformadas, as redes sociais eram o único lugar onde eu realmente falava sobre Deus. Postava sem a menor cerimônia trechos de livros, frases de efeito, versículos e até orações que, ao invés de estarem sendo levadas ao Senhor em secreto, eu expunha na internet em busca de likes.
Ao perceber que minhas postagens não condiziam com a realidade da minha vida espiritual e que tudo aquilo não passava da mais pura hipocrisia, comecei a ficar muito incomodada com essa prática. Do que adiantava postar um salmo bendizendo o Senhor pela manhã, se no resto do dia eu murmurava por razões pequenas? Ou postar sobre como a igreja deveria se comportar, se eu falhava nas mesmas coisas?
E então eu parei. Parei de postar tudo que era relacionado às Escrituras. Com a ideia de fazer essas coisas se tornarem verdade primeiro em mim para que só depois elas pudessem edificar outras pessoas, deixei de escrever qualquer coisa sobre minha fé.
Não sei você, mas isso me pareceu muito piedoso. Afinal, eu realmente estava mais preocupada com o meu testemunho na vida real do que com o virtual. O problema foi que lentamente essa atitude virou uma justificativa para não me posicionar mais como cristã nas redes sociais. Com a desculpa de “eu não quero bancar a hipócrita”, eu abandonei completamente o que poderia ser uma ótima ferramenta para proclamar as verdades eternas.

A hipocrisia se transformou em covardia

Pouco a pouco, a hipocrisia já não era mais o motivo que me impedia de falar sobre Deus nas redes sociais. Conforme adicionava não-cristãos em meu Facebook, passei a ter medo de ser questionada. Antes eu falava levianamente sobre Deus e agora me calava, constrangida.
Só me dei conta disso quando um colega de um curso, após gastar alguns minutos avaliando meu perfil no Facebook, me apresentou para toda a classe como uma designer, engajada no assunto da beleza, amante de cães e… fim. Era só isso que ele tinha a dizer. Nem por um minuto ele mencionou que eu era cristã. Sabe por quê? Porque essa informação ficou totalmente oculta em meio a vídeos fofinhos de filhotes de pugs na minha timeline. Que triste coisa de perceber!
Mas, graças a Deus, pois pela sua bondade e misericórdia ele nos constrange em amor e nos leva ao arrependimento verdadeiro. Me arrependo de quando eu usava as redes sociais de maneira hipócrita, porém me arrependo mais ainda por ter deixado a covardia tomar o meu coração.
Ainda medito muito sobre como devo usar as redes sociais para glorificar ao Senhor e o que isso significa. Hoje penso que todas as coisas na vida de um cristão devem ser usadas para a glória de Deus – e isso também inclui a internet.
É claro que não devemos falar sobre o Senhor de qualquer jeito, nem sermos hipócritas em nosso testemunho, mas acredito que devemos cuidar para que até o nosso Facebook seja um lugar onde as pessoas nos reconheçam como alguém que ama e segue a Cristo (nem que seja pra zombar disso depois!). 
Que Deus nos ajude a vencer nossa covardia e dê graça para testemunharmos do Seu amor em todas as áreas da nossa vida. Amém!

Escrito por -

Renata Stanquini tem 27 anos e se juntou ao Benditas logo no início, em 2017. É casada há um pouco mais de 1 ano com André e serve na Igreja Batista Reformada em São Paulo.

2 Comentários

  • Nossa, super me identifiquei. Posso dizer que estou no meio do caminho do processo que você relatou, pois quero voltar a testemunhar, e agora, de forma coerente, em minhas redes sociais. Obrigada por compartilhar a sua experiência!!!!!

  • Nossa que relato...eu tbm penso do mesmo jeito, porém vejo o que tenho compartilhado para que edifiquem a vida das pessoas e que eu no mundo real testemunhe o que posto.... obrigado pela sua experiência!!

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Discípulas de Jesus de diferentes denominações da fé protestante com o propósito comum de viver para a glória de Deus.
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