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O anseio por um Boaz

Por mais que tentemos fugir de muitas fantasias românticas às quais nós, mulheres solteiras, fomos condicionadas desde a infância, através de filmes, livros e a nossa cultura, confessemos que bem lá no fundo do nosso coração idólatra ainda há um desejo de encontrar aquele príncipe que irá resgatar-nos e resolver todos os nossos problemas, sejam emocionais, financeiros e até mesmo espirituais. Mas será que esperamos um marido que mesmo com os seus defeitos exala o bom perfume de Cristo, ou buscamos um homem que seja nosso redentor?

Uma das histórias que mais nos deve encantar nas escrituras é a de Rute e Boaz. Parece até que muitos dos contos que conhecemos foram inspirado nela: a moça sofrida que encontra um homem bom e justo. Rute, que fora casada por dez anos, não gerou nenhum filho, ficou viúva e acompanhou lealmente sua sogra, Noemi, outra viúva que perdeu seus dois filhos. Eram duas viúvas pobres que dependiam da caridade dos outros. Boaz, então, conhece Rute e, na condição de seu resgatador (Deuteronômio 25: 5-12), se casa com ela e juntos têm um filho. A viúva se casa novamente. A mulher que era estéril engravida. A situação dela e de sua sogra muda totalmente. Uma história linda, de fato.

Uma mulher que espera que o homem seja a solução de seus problemas acharia o desfecho da história de Rute realmente inspirador. Porém, se uma cristã só consegue enxergar isso ao ler a narrativa, talvez ainda não tenha sido bem nutrida pelo evangelho. As mulheres têm esse desejo de serem amadas, e algumas desejam isso desesperadamente. Nós precisamos ser amadas, e, de fato, é ordenado aos maridos que o façam:

Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
Efésios 5.28

Contudo, desespero por tal tipo de amor só gerará mais desespero.

Como seria bom se, quando estivéssemos em situações difíceis ou extremamente carentes, fossemos encontradas pelo tal príncipe montado num cavalo branco. Todavia, ele não aparece e, se aparecesse, certamente ficaríamos extremamente frustradas, posto que homem nenhum pode redimir-nos. A boa notícia, porém, é que nós também temos um resgatador. Ele, que é o nosso Príncipe, Mestre e Irmão. Na verdade, o próprio Boaz é um reflexo dele. Quando terminamos o livro de Rute, compartilhamos da mesma alegria de Noemi. Sim, porque ali enxergamos a Cristo. Noemi parece nascer de novo com a chegada do bebê. Ela volta a ser bem-aventurada e algo semelhante acontece com os cristãos. Contudo, não espere de seu futuro marido algo que nem você pode oferecer, algo que somente Cristo pode dar-nos. Não pense que tudo só ficará bem quando você encontrar aquela pessoa na qual você tem depositado a sua esperança. Isso é ilusão. Como bem disse Jim Elliot: “Não deixe que o desejo mate o apetite da vida”. Cristo é a nossa Vida. Por isso, persiga o Reino de Deus com todas as forças que recebemos de Cristo. O Príncipe que pode dar-nos a redenção já chegou e Ele reina.

Escrito por -

Sara Amorim tem 30 anos, é membro da Batista Reformada de SBC. Apaixonada por literatura e aspirante à professora.

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