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Jesus aceitou morrer

*Por Cecilia J. D. Reggiani

João 12:20-33 e 37-43

“Ora, entre os que foram para adorar durante a festa, havia alguns gregos. Estes se dirigiram a Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e lhe pediram: — Senhor, queremos ver Jesus. Filipe foi dizê-lo a André, e André e Filipe o comunicaram a Jesus. Então Jesus se dirigiu a eles, dizendo: — É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem. Em verdade, em verdade lhes digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo irá preservá-la para a vida eterna. Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará. — Agora a minha alma está angustiada, e o que direi? “Pai, salva-me desta hora”? Não, pois foi precisamente com este propósito que eu vim para esta hora. Pai, glorifica o teu nome. Então veio uma voz do céu: — Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei. A multidão que ali estava e que ouviu aquela voz dizia ter havido um trovão. Outros diziam: — Foi um anjo que lhe falou. Então Jesus explicou: — Não foi por minha causa que veio esta voz, e sim por causa de vocês. Chegou o momento de este mundo ser julgado, e agora o seu príncipe será expulso. E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim. Ele dizia isto, significando com que tipo de morte estava para morrer.

E, embora tivesse feito tantos sinais na presença deles, não creram nele, para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que diz: “Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?” Por isso, não podiam crer, porque Isaías disse ainda: “Cegou os olhos deles e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos, nem entendam com o coração, e se convertam, e sejam por mim curados.” Isaías disse isso porque viu a glória dele e falou a respeito dele. No entanto, muitos dentre as próprias autoridades creram em Jesus, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus.”

Lemos na meditação passada sobre como devemos glorificar a Cristo em nossas vidas privadas, assim como Maria ao derramar o precioso perfume sobre seus pés, e também como devemos prestar honra a Cristo publicamente, como a multidão que o recebeu como Rei em Jerusalém. Aqui, a história continua, com um público estrangeiro que também deseja contemplar e prestar adoração ao Messias.

A maneira como esses gregos (se judeus dispersos além-mar ou estrangeiros convertidos, não podemos ter certeza) se aproximam da comitiva dos discípulos já deixa claro seu temor por Jesus: não ousam procurá-lo diretamente, mas dirigem-se respeitosamente a Filipe. Este procura o conselho de outro apóstolo, mais antigo que ele no grupo. André e Filipe deliberam se aquilo seria apropriado, já que Jesus afirmara algumas vezes que havia sido enviado para os da casa de Israel. Eles chegam a conclusão de que deve ser feito. Ao informarem o Cristo, ele reage com a solene resposta: “É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem”. A chegada dos gentios e sua recepção da parte do Messias glorifica a Jesus de maneira especial, pois multiplica a multidão daqueles que seriam redimidos.

Ele continua, dizendo o que esta “hora chegada” significava: sua morte, como a de uma semente, que precisa ser enterrada e morrer para que possa germinar e dar frutos. Esse também é o caminho de todo discípulo de Jesus, por isso ele afirma: “Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo irá preservá-la para a vida eterna. Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo.” Para seguir a Jesus, é necessário “perder sua vida” para esse mundo. Do contrário, ao amar a vida terrena e seus encantos passageiros, perdemos a Cristo e a vida eterna com ele.

Essa jornada não é fácil, não é leve. O próprio Jesus, que é totalmente Deus mas também é totalmente homem, não a encarou de maneira simplória. Ele sofreu e exclamou sua aflição para os que estavam à sua volta, dizendo: “Agora minha alma está angustiada”. Não apenas ele sabia que iria morrer uma morte de cruz, mas seria recipiente de toda a ira de Deus pelo pecado. Jesus começa aqui os sofrimentos em sua alma, carne e espírito que o levariam até o calvário. Sobre isso, o antigo pregador Matthew Henry escreveu: “A perturbação da Sua alma foi planejada para aliviar a perturbação da nossa alma”.

Homens e mulheres de lugares distantes vinham até Jesus para buscar esse alívio e ele os recebia, dizendo “atrairei todos a mim”. Entre a multidão, também haviam judeus importantes, como o versículo 42 “muitos dentre as próprias autoridades”, que também eram atraídos por Ele. Estes, porém, não estavam dispostos a aceitar o “caminho da semente” que Jesus tomava e convidava seus servos a tomar. Eles não queriam perder a sua vida na terra para ganhar a vida no céu, mas preferiam a glória dos homens do que a glória de Deus. Temiam a retaliação, a rejeição dos compatriotas, mas não temiam a Deus e a rejeição de Deus.

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PERGUNTAS PARA REFLEXÃO

1. Sua vida testemunha o “caminho da semente” que precisa morrer para dar frutos?

2. Onde você tem buscado mais a glória dos homens do que a glória de Deus?
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Cecilia J. D. Reggiani, Brasil

Obs.: Texto escrito em português do Brasil. Esta plataforma não obedece ao Novo Acordo Ortográfico e respeitas as regionalidades da Língua Portuguesa de acordo com a origem de suas autoras.

Escrito por -

Cecilia tem 29 anos, é casada com o Guilherme há sete e mãe do Thomas e da Maria. É idealizadora do Benditas e tradutora. Membro da Igreja Batista Reformada de São Bernardo do Campo, Brasil.

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